sábado, 28 de maio de 2011

Os entas

É oficial, entrei hoje nos "entas".
Sempre me disseram que «até aos intas, a coisa vai, depois dos entas é que são elas!».
Mas se há algo que nunca poderemos controlar (ok, talvez só no «Regresso ao Futuro»), é a passagem do tempo por nós. O que podemos controlar, isso sim, é o que fazemos com o tempo que temos enquanto por aqui andamos.
Da minha parte, posso dizer que tenho aproveitado o que me foi dado.
Em retrospectiva, nestes quarenta anos (ai credo, como isto soa!), fiz as minhas escolhas, segui o caminho que decidi ainda na escola primária, encontrei pessoas que foram pedras no meu caminho, e outras que me ajudaram a saltar sobre essas pedras, descobri que nem sempre se pode chamar «amigo» a toda a gente, mas há outros a quem poderemos até chamar «irmãos».
Não tive filhos, não escrevi um livro (só este blogue e centenas e centenas de artigos), e sim, orgulho-me de ter plantado mais do que uma árvore.
Se fiz alguma diferença no mundo, tenho a certeza absoluta que fiz.
Joguei, perdi, voltei a jogar e ganhei. Isto várias vezes ao longo destes quarenta anos (tenho de ir dizendo isto para me habituar).
Consegui fazer aquilo que muitos, infelizmente, nunca conseguiram, ou seja, seguir a minha carreira no jornalismo, com muito sacrifício, mas entendi que esse seria o meu caminho.
Comecei a trabalhar com 16 anos, e desde aí nunca mais parei, excepto por alguns meses entre empregos ou durante quatro anos, na Universidade. Fiz um pouco de tudo, para pagar os meus estudos, e encarei sempre tudo como uma experiência, onde nunca deixei de aprender.
Experiências boas, como ser das únicas mulheres em Portugal na imprensa automóvel, experiências menos boas, a lidar com gente que não tinha a mínima noção do que é o jornalismo.
Entrevistas e reportagens que me marcaram, outras que nem me recordo bem, enfim, todo um percurso de que não me arrependo nem um pouco.
Agora, com um pouco de sorte e os bons genes da minha Tia Gravito que morreu com 105 anos, acho que posso acreditar que ainda vou ter mais uns bons quarenta anos pela frente.
Depois, bem, depois logo se verá.

«O que fizemos apenas por nós mesmos morre connosco; o que fizemos pelos outros e pelo mundo permanece e é imortal.»
Albert Pine

Post Scriptum: (tinha de ser, não era?) – A foto foi a surpresa deste ano da malta do «Comércio», colocada ainda por cima numa das minhas secções favoritas, a página da Gastronomia, pois claro!

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Com várias interpretações...

Retirada do facebocas, e pode ter várias interpretações para os leoninos... ai, ai. Mas a malta também precisa de rir.

sábado, 21 de maio de 2011

Dá Deus nozes...


Já o disse aqui muitas vezes, sou uma acérrima defensora do concelho do Seixal. Sei que há pessoas que gostariam que assim não fosse, pessoas que só conheceram o nome de Seixal quando para cá vieram tentar encher os bolsos ou com algum «tacho».
Mas eu vim para cá com poucas horas de vida, este foi o concelho que o meu pai (vindo do Alentejo) e a minha mãe (da Beira Baixa), escolheram para viver, casar, ter as suas filhas e, eventualmente, descansarem depois da sua vida (pelo menos a campa do meu pai já foi comprada na Arrentela, pelo que se nada mudar, ali espero vir um dia a ser também enterrada).
Mas esta conversa algo mórbida vem a propósito das praias completamente desaproveitadas deste concelho.
Na passada semana, sexta-feira 13 de Maio, dia de aniversário da minha velhota, fomos até à Ponta dos Corvos. Algumas mudanças do que me lembrava, uma esplanada que podia ser um ex-libris do concelho e que não passa de uma tasca (sem o lado positivo deste termo, porque até os caracóis que ali comemos não valiam em nada os seis euros pagos).
Mas foi com agrado que vi que decorrem obras nos antigos chuveiros. Aqui e ali, envergonhadamente, lá fui vendo uns equipamentos para churrascos... ruínas, essas muitas, dos armazéns de seca de peixe. Uma memória perdida para sempre, digam o que disserem em frequentes estudos de recuperação e valorização de uma das baias mais lindas do mundo.
Esta sexta-feira, então, fomos um grupo até à praia da Velha, ou seja, a nova praia da Velha, porque a antiga ficava onde está agora o cais da Transtejo (só para situar alguns “estrangeiros” que sei que lêem atentamente este blogue).
Costumo ir ali sempre ou então junto ao Instituto Hidrográfico, seja em verão ou inverno, porque o Belchior adora o local e eu também. Quem é que nos dias de hoje se pode gabar de estar a alguns minutos de uma praia, onde pode ouvir o mar e passear com um cachorrão como é o Belchior?
Adiante.
Ontem, o calor e a maré cheia convidava para um banho de mar. E lá fomos. Mas começa logo no acesso aquele pequeno recanto. Quase parece que alguém se andou a entreter a cavar buracos na pequena estrada...
Depois a sujidade, ok, parte dela trazida pelas marés, mas mesmo em pleno verão só ali se encontram dois ou três caixotes de lixo, limpos de quando em vez. Ora isto não é por desconhecimento, porque se os colocam ali, sabem que é preciso retira-los também. E temos o completo abandono deste espaço.
Um espaço que deveria ser aproveitado, que deveria ser usado como um parque de merendas à semelhança do que se faz em todo o arco ribeirinho, com apoios de praia, etc.
Tenho viajado para vários pontos do país e em qualquer pequeno bosque ou regato se encontram parques de merendas. Aqui temos todos estes quilómetros de areia e mar e nada.
Não me venham dizer que a culpa é da qualidade da água, porque esta água (agora muito mais limpa, a ponto de os pescadores já ali apanharem espécies que há muito não apareciam aqui), é a mesmíssima água que banha o Barreiro, o Gaio-Rosário, o Samouco, etc. E estes concelhos apostaram forte nas praias que têm e que posso afirmar, não chegam aos calcanhares das “nossas”.
E exemplo disso é a quantidade de pessoas que as frequentam. Ontem, tarde de trabalho, estavam mais de cinquenta pessoas por ali, hoje não passei por lá, mas deve estar a abarrotar. Não devia isto servir de sinal para aquilo que a população realmente quer ou precisa neste concelho?
Realmente, é caso para dizer e repetir até à exaustão: Dá Deus nozes a quem não tem dentes.

Post-Scriptum: a foto é "roubada" do blogue A-Sul.
Sinceramente, com o que vi em ambas as praias, fiquei sem vontade de as fotografar.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Mais Zits

Há uns dias, coloquei um post com uma tira do «Zits» sobre o que os adultos não percebem nos computadores, mas há também espaço para "iliteracia juvenil" nesta deliciosa BD.



sexta-feira, 13 de maio de 2011

Trabalho jornalístico

Já aqui falei bastante sobre o trabalho jornalístico (ou da falta dele), mas para que não digam que sou uma velha rezingona, tenho que dizer aqui também algumas coisas positivas, no caso, sobre a forma de trabalho durante as sessões de câmara no Seixal.
Nos últimos tempos, o trabalho que realizamos neste órgão evoluiu bastante. De uma sala que por vezes nem lugares sentados tínhamos, a informação passada um pouco a conta gotas, temos agora uma sala onde dispomos de uma mesa, com ligação eléctrica (como nesta sessão o presidente Alfredo Monteiro fez questão de notar), e onde o nosso trabalho de escrita, acompanhando tudo o que ali é dito, fica imensamente facilitada.
Além de um acompanhamento mais personalizado, respondendo de imediato às nossas necessidades, temos ainda o facto de a informação sobre as deliberações nos chegar antes da sessão, e em formato digital, uma excelente ideia, que permite um acesso mais rápido, uma melhor organização da informação e claro, poupança de papel.
Na sessão de ontem uma tomada de posição votada na sessão, foi de imediato entregue aos jornalistas após aprovação. Isto é de uma enorme importância, em especial quando o fecho editorial do jornal que dirijo é precisamente no mesmo dia da sessão de câmara, e se há uma coisa (entre muitas, muitas outras) de que nos orgulhamos, é da actualidade de cada edição.
Afinal, é para isso que lá estamos presentes, não apenas para nos mostrarmos ou a um colete aos eleitos e à população...
Por mero acaso, quando já tinha na ideia escrever este post, o tema do espaço ocupado pelos jornalistas no novo edifício camarário foi de novo trazida a lume por Samuel Cruz, o vereador que insistiu sempre em melhores condições para os jornalistas na sala do novo edifício. E que lembrou ainda as tais cadeiras com apoios prometidas desde o primeiro dia.
Da minha parte, tenho a dizer que até prefiro a mesa onde agora estamos.
É que se torna um pouco complicado meter a minha anafada pessoa numa dessas cadeiras, baixar o apoio de escrita e escrever comodamente durante cerca de três a quatro horas.
A mesa, para mim, está mesmo muito boa, além de que tem a ligação eléctrica que nenhuma cadeira terá (ou assim espero...).
O tema foi levantado pelo facto de esta mesa apenas “albergar” três pessoas, o que habitualmente serve perfeitamente para quem, como nós as três jornalistas, vai a todas as sessões desde o seu início, servindo assim a população que ali se dirige a apresentar os seus problemas, ao contrário de quem só chega depois de ter recebido a ordem superior para estar presente, uma vez que o boletim oficial da autarquia ainda não acompanha estas sessões.
A faltar, mesmo a faltar, só o regresso do jarrinho de água (del cano pois claro, sendo até esta uma das melhores do pais, mas a culpa aqui é nossa, porque ainda não a pedimos oficialmente...
Brincadeiras à parte, há que, da minha parte, dar os parabéns à equipa do Gabinete de Imprensa e Relações Públicas da autarquia, que assim ajuda a dignificar o nosso trabalho para com  a população.

P.S. - Já que este é o meu cantinho, queria deixar aqui também os meus parabéns à minha mãe e à minha irmã, que fazem anos este dia. Não sendo católica, as celebrações desta data sempre me tocaram e posso dizer que fiquei irritada por ontem não ter sido transmitida a procissão das velas em nenhum canal televisivo. Que os privados não o façam, tudo bem, mas o público? Afinal, não merecem os portugueses seguir em directo algo como esta celebração? Se podem passar as cruéis touradas, ou alguns idiotas jogos desportivos, porque não isto?

domingo, 8 de maio de 2011

Sindroma de Calimero

No programa «Ponto contra Ponto» da Sic, realizado e apresentado por José Pacheco Pereira, este invocou a famosa figura do Calimero, pintainho negro a quem tudo acontecia, e que a tudo dizia "é uma injustiça..". Porquê? Não é muito difícil adivinhar, sendo os portugueses um dos povos mais lamechas que existe (basta ouvir o fado, ou saber que apenas nós temos a palavra «saudade»).
Lembrando a situação de sempre de Portugal, ou melhor, dos portugueses, José Pacheco Pereira apresentou a origem do pequeno pintaínho, num anúncio televisivo italiano de, imagine-se, pó de lavar a roupa, e terminou afirmando que será "altura de voltarmos a usar detergente da roupa".
Bem precisamos para lavar a alma... mas entretanto deixo também um video de que me falaram ontem e que partilharam comigo no Facebocas.
Se há algo que pode pôr a nossa lusitana alma bem limpinha é isto: http://www.youtube.com/watch?v=shRYGtYwIuM&feature=share . Do pastel de nata a Colombo, está lá tudo.
Ora tomem lá seus... finlandeses!!!!!

quarta-feira, 4 de maio de 2011

P'ra desanuviar


Porque "Adooooro" esta BD do «Zits», felizmente também disponível na nossa Biblioteca Municipal, e em homenagem a uns calhaus com insónias que parece que ainda não aprenderam a lidar ou a escrever em computadores.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Dia da Liberdade de Imprensa

Hoje celebra-se o Dia da Liberdade de Imprensa, algo que a muitos parece causar agonias.
Num país que viveu durante décadas sob um regime ditatorial, não se compreende que quer o Governo quer ainda o Poder Local continue com os tiques de um Salazar no que à comunicação social diz respeito.
E para não dizerem que bato sempre na mesma tecla, devo dizer que esta situação em termos locais ocorre na maior parte dos distritos. Ou seja, há sempre «os filhos e os enteados» aos olhos dos que dirigem as vidas municipais. De Olhão à Madeira, os exemplos são numerosos.
Por outro lado, temos depois os escrivinhadores que escudados sob uma «Carteira Profissional de Jornalista» abusam do título para vinganças pessoais publicando conversas ou emails privados, ou com intuito de agradarem a quem os alimenta ou com fins mais criminosos.
E vão até mais longe e sob a designação de “jornalistas” sacam dinheiros a partidos e aos seus representantes a troco de favores editoriais, pedinchando mil euros aqui, outros milhares ali, e garantindo assim a sua subsistência pessoal.
Poucos dias depois da celebração da data mais importante para Portugal, do 25 de Abril de 1974, é triste que a imprensa ainda continue na lista dos perseguidos neste país, só porque esta não pinta o mundo da cor que os que a tentam calar pretenderiam.
Para os que fingem esquecer essa Liberdade, deixo aqui a nota da UNESCO.
«O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa constitui a ocasião para relembrar ao mundo o quento é importante proteger o direito fundamental da pessoa humana que é a liberdade de expressão, direito este inscrito no artigo 19º da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Tendo em conta que a violência para com os profissionais dos media é hoje uma das principais ameaças à liberdade de expressão, decidi consagrar o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa 2007 ao tema da segurança dos jornalistas.
(...)
A celebração do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa dá-nos oportunidade para reflectirmos sobre os meios de difusão dos valores que respeitam o papel essencial que os media desempenham na promoção de uma paz duradoura, da democracia e do desenvolvimento. Prestemos homenagem aos profissionais dos media que perderam a vida e saudemos aqueles que nos fornecem a informação apesar dos riscos e dos perigos. Estejamos, antes de mais, bem conscientes de que existe uma ligação estreita entre a garantia da segurança dos jornalistas e o exercício das nossas próprias liberdades. Para podermos agir como cidadãos do mundo informados, é necessário que os media possam trabalhar livremente e com toda a segurança.»

domingo, 1 de maio de 2011

Obrigado Mãe!!

Só agora é que me lembrei?
Não, andei a passear com a minha mãe, e a dar cabo dos dedos para apanhar rosas (que isto da crise, enfim, tem de se usar a imaginação e um canivete afiado).
E por isso, em nome de todos os filhos, e eu em especial, deixo aqui um grande Obrigada, a todas as mães, e em especial à minha.