segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O madeiro de Natal

E mais uma vez este ano rumei até terras da Beira Baixa, Pedrogão de S. Pedro e fui passar a noite de Consoada junto aos madeiros.
Fiz um périplo pelas aldeias vizinhas, porque o da aldeia da minha mãe foi aceso às 16h30.
Novas modas que pedem que agora os Bombeiros estejam presentes em quase todos os acendimentos de madeiros, porque a malta, desejosa de os ver arder, regam as madeiras com litros de gasolina, tentando obter a maior chama possível. E depois lá têm de andar os Bombeiros a correr as aldeias para evitar o pior. Antigamente, o madeiro era aceso ao cair da noite.
Mas que é algo sempre bonito de ver, não há dúvidas. E por isso aqui deixo a recordação, com votos de que todos os que me visitam tenham tido um Bom Natal!

Este é o madeiro de Pedrogão de S. Pedro.

E este é o madeiro de Penamacor, muito falado este ano, e que é o único que é aceso de 23 para 24 de Dezembro.

O madeiro da Aldeia do Bispo, algumas horas antes de ficar rodeado de gente, que espera no adro da igreja pela restante família, que lá dentro assiste à missa do Galo, agora às 22h00, porque como dizia uma senhora "o padre também quer descansar..."
Boas Festas!!!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Boas Festas!!

E pronto, mais uma vez a minha dona me fez destas.
Vai de férias de Natal e lá tenho eu de ficar por aqui e desejar a todos um Feliz Natal e um Bom Ano Novo. E mais uma vez eu o faço, porque até gosto e faço-o também em meu nome, Belchior, e dos meus amigos gatos: Rita, Sofia e Bruno.
BOM NATAL!!!!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Na mouche!

Não podia estar mais de acordo, em especial para certos risinhos alarves que vejo por aí!!!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A Lenda da Costureirinha

Isto as conversas são como as cerejas, e hoje deu-nos aqui para falarmos de fantasmas e lendas. Recordei a lenda da Costureirinha e claro que logo surgiram algumas versões diferentes. Uma das pessoas dizia que ela era de Campo de Ourique, outra que era de Cuba.
Quem não se lembra de ouvir os pais e vizinhos falar da costureirinha? Eu recordo-me bem e quase, quase que jurava que em alguma vez ouvi a sua máquina nas paredes da casa...


Aqui fica uma das versões encontradas na Internet:

«O que se ouvia, então? Segundo diversos testemunhos, ouvia-se distintamente o som de uma máquina de costura, das antigas, de pedal, assim como o cortar de uma linha e até mesmo, segundo alguns relatos, o som de uma tesoura a ser pousada. Um trabalho de costura, portanto. O som trepidante da máquina podia provir de qualquer parte da casa: cozinha, quarto de dormir, a casa de fora, e até mesmo de alpendres. De tal modo era familiar a sua presença nos lares alentejanos que não infundia medo. Era a costureirinha. 
Mas quem era ela? Afirma a tradição que se tratava de uma costureira que, em vida, costumava trabalhar ao domingo, não respeitando, portanto, o dia sagrado. É esta a versão mais conhecida no Alentejo. Outra versão afirma que a costureirinha não cumprira uma promessa feita a S. Francisco. Esta última versão aparece referenciada num exemplar do Diário de Notícias do ano 1914 em notícia oriunda de aldeias do Ribatejo. Pelo não cumprimento dos seus deveres religiosos, a costureirinha for a condenada, após a morte, a errar pelo mundo dos vivos durante algum tempo, para se redimir. 
No fundo, a costureirinha é uma alma penada que expia os seus pecados, de acordo com a crença que os pecados do mundo, o desrespeito pelas coisas sagradas e, nomeadamente, o não cumprimento de promessas feitas a Deus ou aos Santos podiam levar à errância, depois da morte.» 
Já não se houve, agora, a costureirinha? 

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Ainda há Natal!

Nestes dias raramente choro, mas um gesto de um colaborador do «Comércio», com uma pequena oferta que nos deixou aqui na redacção há minutos, levou-me às lágrimas.
Obrigado Senhor Gregório José pelo seu reconhecimento para com o nosso trabalho e a nossa luta!
Afinal, ainda há Pai Natal!

Portajados e Tramados

Confesso que ainda não me tinha preocupado muito com a história das portagens nas SCUT, apesar de utilizar com alguma frequência a A23 até Castelo Branco.
Achava eu, na minha doce inocência, que seria apenas necessário passar e depois pagar num qualquer balcão dos CTT.
Hoje recebi um email onde tudo aparece bem "explicadinho" pela Estradadas de Portugal. E só me dá vontade de responder com um valente DASSSSSEEEE!!!!.
Senão vejamos, e reparemos bem na nota final, que diz que sim senhor, posso pagar nos CTT ou numa payshop, mas com CUSTOS ACRESCIDOS!!!


VEÍCULOS COM MATRICULA NACIONAL
Para poderem circular, os utilizadores podem optar pelas seguintes modalidades:
·         Aquisição de dispositivo eletrónico Via Verde, nas lojas Via Verde ou balcões dos CTT, sendo o pagamento das portagens realizado através de débito em conta bancária;
·         Aquisição de dispositivo eletrónico CTT, nos balcões dos CTT, sendo o pagamento das portagens realizado através de pré-carregamentos (em dinheiro, via Multibanco ou homebanking) que o utilizador vai gastando conforme viaja;
·         Aquisição de dispositivo eletrónico temporário, nos balcões dos CTT, sem implicar identificação do titular, sendo o pagamento das portagens realizado através pré-carregamentos (em dinheiro, via Multibanco ou homebanking), que o utilizador vai gastando conforme viaja, e cujo saldo tem validade de 90 dias.
Assim, os utentes que ainda não possuam um dispositivo eletrónico, devem dirigir-se às lojas da Via Verde ou aos balcões dos CTT para aderir a uma das modalidades de pagamento disponíveis.
Caso não disponham de um dispositivo eletrónico no momento da passagem nas autoestradas, os utilizadores podem ainda proceder ao pagamento voluntário das taxas de portagem dirigindo-se aos balcões dos CTT e da rede Payshop, até cinco dias uteis após a passagem, contados a partir do segundo dia após a passagem, bastando para isso indicar a sua matrícula. Esta alternativa de pagamento tem custos adicionais, acrescendo às taxas de portagem os respetivos custos administrativos.

É caso para dizer: mas anda tudo parvo ou quê?????

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Quem tem doença abra a bolsa e tenha paciência


A cada dia que passa, tenho mais receio de passar os olhos pelas notícias diárias. Hoje deparo-me com esta:

«Consultas especializadas e SAP custarão o triplo em 2012
As taxas moderadoras das consultas nos hospitais distritais vão triplicar a partir de Janeiro para atendimentos com especialistas e nos Serviços de Atendimento Permanente (SAP).
Actualmente a 3,10 euros, as taxas atingirão os 10 euros no primeiro mês do próximo ano. No caso de hospitais centrais como Santa Maria em Lisboa ou São João no Porto, as taxas têm valor de 4,60 euros e subirão igualmente para 10 euros.
Segundo a fonte ligada ao Ministério da Saúde que avançou a notícia ao DN, os atendimentos urgentes em centros de saúde passam de 3,80 euros também para 10 euros.»

Se bem que, como já disse aqui, é certo que há pessoas que fazem dos SAP os seus centros de dia, outros que por qualquer tosse do menino lá vão para lá a correr, esquecendo que existem linhas de Saúde que podem dizer exactamente o mesmo que o médico vai dizer, por outro lado, não estou a ver as pessoas irem passar horas no hospital só porque lhes apetece, e ainda por cima levarem com esta carga em cima.
E no meu caso, parece-me que por enquanto ainda estou safa, como dadora de sangue que sou. Mas mesmo assim, é caso para perguntar: afinal, para onde vão os impostos que pagamos? Ah, pois, para o tal carrito do ministro...
É caso para dizer: «Quando o mal é de morte, o remédio é morrer».

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Taxas e taxados


Ultimamente, em especial este mês, muito se tem debatido sobre as portagens que os automobilistas vão ter de pagar em algumas antigas SCUT agora elevadas a auto-estradas.
Da minha parte, como automobilista, sou a favor do conceito do utilizador-pagador.
E sou por uma razão muito simples: há décadas que os condutores da margem sul têm suportado o pagamento de portagens para entrar em Lisboa, seja pela ponte 25 de Abril, seja pela Vasco da Gama.
Ora se assim acontece, porque é que outros não o podem também fazer?
Terão de ser sempre os mesmos a pagar? Também não se viu os utentes do norte, por exemplo da A23, a virem até Lisboa protestar pelo facto de os utentes da margem sul terem de pagar todos os dias para entrarem em Lisboa para trabalhar. Ou já agora, para irem até Setúbal ou até ao Barreiro mais rapidamente.
E nós temos pago e bem.
Por outro lado, temos o ministro da Saúde Paulo Macedo a anunciar, no programa da RTP Prós e Contras, que a partir de Janeiro de 2012 as consultas nos centros de saúde passam de 2,25 euros para 5 euros, enquanto a taxa moderadora nas urgências hospitalares passa de 9,60 euros para 20 euros.
Claro que um aumento destes é brutal, tendo em conta que muitas das vezes os médicos dos Centros de Saúde não estão para se chatear muito e recambiam os doentes para as Urgências hospitalares por umas simples manchas na pele (acreditem, aconteceu!).
No entanto, analisando as coisas, é justo que os jovens até aos 15 ou 16 anos continuem a não pagar taxas moderadoras nos serviços de saúde? E quem está a receber subsídios? E outros que até agora estão isentos (exceptuando os dadores de sangue, e não o digo por ser dadora, mas acho que é justo que quem dá algo tenha em troca essa benesse, até porque para se ser dador de sangue, há que ser saudável, e por isso não é por essa isenção que o Estado irá perder muito dinheiro.
Se calhar, o que teria de ser revisto eram as isenções, e não os aumentos.
Por último, só uma palavrinha: continuamos a ver as medidas de austeridade a ser impostas, a aumentarem taxas e taxinhas, mas curiosamente ainda não vimos nada das tais medidas, que me parece terem sido também impostas pela troika, e que diziam que era necessária uma alteração na Justiça, nos gastos do Estado e nos altos cargos públicos.
Ou seja, esta é uma política do “fazer o que dá jeito”, olvidando tudo o resto.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Tá mesmo mau...

O pior é que nem estes nem os outros ladrões já dão crédito.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

E mais uma!!!!

É verdade, sou maluquinha por tatuagens. E também é verdade que quem faz a primeira já não pára.
Eu, por mim, já vou na sexta. E embora tenha feito esta ontem, já estou a congeminar sobre a próxima.
Para quem se queira atrever, aqui ficam alguns momentos e o resultado final. O artista é o Bruno, da Guri Tattoos, do Centro Comercial de Amora.


O produto final: o meu lado selvagem, a equilibrar a tatuagem da outra perna, essa uma pantera negra.
Só dois recados à navegação para quem nunca fez: 1.º é viciante e 2.º nunca por nunca façam apenas porque é bonito. Uma tatuagem tem de ter sempre uma questão pessoal por detrás, ou ficarão a odiá-la ao fim de alguns meses.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Greves e grevistas

Em dia de “Greve Geral”, tem havido algumas discussões interessantes pelo mundo da blogosfera e ainda mais pelo do facebook, que frequento.
Uma delas esteve em torno dos grevistas (alguns) não darem a outros o direito à não greve.
Lembro-me, quando o meu pai estava na Siderurgia Nacional e passou para a Lusosider, de ter ficado seis meses em greve pelos direitos que já tinha adquirido ao longo dos anos que trabalhou para a primeira, e que seriam perdidos com a passagem para a nova empresa.
Seis meses esses que incluíram Dezembro, sem que lá em casa houvesse praticamente dinheiro para comprar ovos para as filhoses, quanto mais para prendas. O que nos valeu foram os vizinhos. Nunca a minha mesa foi tão rica quanto nesse ano, com pratos de filhoses de todas as variedades, dados pelos vizinhos do meu prédio, que estavam a par da situação difícil que vivíamos.
E também não esqueço a prenda que a minha mãe lá nos conseguiu comprar: dois pequenos telefones de brincar verdes.
Mas vem isto a propósito das greves. Na altura, lembro-me que o meu pai dizia que uns quantos «fura-greves» não quiseram aderir e tudo faziam para impedir o protesto, mas depois da situação resolvida, foram os colegas que não os aceitaram de volta, tendo estes que pedir transferência para outros serviços.
Neste caso, ou porque os olhos que viam esta realidade fosse diferentes, tinha um ódio de morte aos «fura-greves», aos que não alinhavam com o protesto.
Mais tarde, como sindicalista, viria a sentir na pele o que é lutar pelos direitos de todos e sofrer as represálias como o despedimento, sem sequer um obrigado por parte daqueles que eu pensava estar a ajudar.
Tudo isto, e o facto de ter agora a minha própria empresa, me leva a encarar a greve como uma «palhaçada». E que me desculpem os de cravo vermelho ao peito (que a todos fica bem, como dizia o Zeca), mas ficar em casa a brincar no facebook ou ir passear para o Centro Comercial mais próximo não é protesto.
Protesto era irem todos até Lisboa, gritar bem alto à porta de S. Bento o que lhes vai na alma, entupirem os acessos à tal «Casa do Povo», e assustarem assim os senhores que ali ganham o seu sustento.
Isso era protesto.
Já agora, sou absolutamente contra os piquetes de greve. Se todos têm o direito de fazer greve, TODOS têm também o direito de não a fazer, mais não seja por não concordarem com os preceitos pela qual é feita. 

E esses piquetes também estiveram ou vão estar hoje no Rio Sul Shopping e no Almada Fórum e no Barreiro Retail Park a insultar os empregados e os empregadores?

P.S. - Não fiz greve nem ninguém na minha empresa, porque as pessoas sabem que as coisas não estão fáceis e se não trabalharem não recebem, não porque eu não lhes pague, mas porque se não "produzirem" não haverá dinheiro para que eu lhes possa pagar os ordenados, já de si baixos.
Se calhar, este seria um bom tema de reflexão para quem tão alto grita sobre Direitos...

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Anúncio de emprego


Já aqui há uns tempos falei de alguns anúncios de emprego que vão surgindo, onde pedem jornalistas com carteira de clientes, ou estagiários com mais experiência que a minha nesta área.
O texto que se segue foi-me enviado por email, mas peço que reparem bem na "experiência em programas" deste jovem!!

«Este anúncio foi publicado num famoso site de procura e oferta de trabalho nacional. Um jovem recém-licenciado na área leu-o e achou que devia responder à letra!
A Revista Visão de 16 de Julho publica um artigo sobre o jovem que deu esta resposta!
"A XXXXXXXXXX está a aceitar candidaturas para estágio na área de Design Requisitos Académicos: Finalista ou recém-licenciada(o) em Design Competências pessoais:
* Poder de comunicação;
* Iniciativa;
* Auto-motivação;
* Orientação para resultados;
* Capacidade de planeamento e organização;
* Criatividade
Competências técnicas:
Conhecimentos nos seguintes programas/linguagens
® Adobe Photoshop,
® InDesign,
® Illustrator (FreeHand e Corel Draw) Flash,
® Dreamweaver,
® Premiere,
® AfterEffects,
® SoundBooth,
® SoundForge,
® AutoCad,
® 3D StudioMax
® HTML (basic),
® ActionScript 2.0 (basic),
® CSS,
® XML.
Remuneração: Estágio Remunerado - Duração: 6 meses, com possibilidade de integração na equipa.

Portanto, e resumindo, esta empresa quer um recém-licenciado que saiba de origem 13 softwares e 4 linguagens de programação. Isto é o país em que vivemos.
Não me ficando atrás perante esta pérola, decidi responder no mesmo estilo. Eis o que lhes respondi:
«Boa noite,
Estou a entrar em contacto para responder ao anúncio colocado no site Carga de Trabalhos para a posição de estagiário em Design.
Chamo-me André Sousa, tenho 25 anos e sou um recém-licenciado em Design de Equipamento (Fac. Belas Artes de Lisboa). Sou extremamente comunicativo, transbordo iniciativa e auto-motivação, estou constantemente orientado para os objectivos como uma bússola para o Norte (magnético), sou mais planeado e organizado que o Secretário de Estado de Planeamento e Organização e sou um diamante da criatividade como já devem ter percebido e como vão poder comprovar nas próximas linhas.
Quanto aos conhecimentos técnicos: Sou um mestre em Adobe Photoshop. Conheço o InDesign por dentro e por fora. O Illustrator, Freehand, Corel e o Flash são os meus brinquedos do dia a dia, faço o que quiser com eles. Nem me ponham a falar do Dreamweaver, até de olhos fechados... Premiere... Até sonho com ele! AfterEffects tem um lugar especial no meu coração. Faço umas coisas bem maradas com o SoundBooth e o SoundForge. Com o Autocad e o 3d Studio Max até vos faço duvidar dos vossos próprios olhos. Html, Action Script 2.0, CSS e XML são as linguagens do meu mundo. Mas sejamos francos, qualquer estudante de 1º ano sabe de cor e salteado qualquer um destes 13 softwares e 4 linguagens de programação...
Eu sou um recém finalista. E como tal tenho muito mais para oferecer:
Tenho conhecimentos de Cinema 4D, Maya, Blender, Sketch Up e Paint ao nível de guru.
Tenho conhecimentos mega-avançados de C+, C, C++, C+ ou -, Java, JavaScript, Ruby on Rails, Ruby on Skates, MySQL, YourSQL, Everyone'sSQL, Action Script 3.0, Drama Script 3.0, Comedy Strip 3.0 e Strip Tease 2.5, Ajax, Vanish Oxi Action, Oracle, Sonasol, XHTML, Batman e VisualBasic.
Conheço o Office todo de trás pra frente assim como o Microsoft WC. Domino o Flex ao nível do Bill Gates e mexo no Final Cut Pro melhor que o Steven Spielberg.
Tenho ainda conhecimentos de grande amplitude em 4 softwares que estão a ser desenvolvidos por grandes marcas e também de 3 outros softwares que ainda não foram inventados.
Falo 17 línguas, 5 das quais já estão mortas e 6 dialectos de povos indígenas por descobrir.
Com estes conhecimentos todos estou super interessado num estágio porque acho que ainda tenho muito para aprender e experiência para ganhar. Espero que ao fim de 6 meses tenha estofo suficiente para poder fazer parte da vossa equipa e quem sabe liderá-la.
Fico ansiosamente à espera de uma resposta vossa.
Embora tenha uma oportunidade de emprego na NASA e outra no CERNespero mesmo poder fazer parte da vossa equipa.

Cumprimentos,
A. S.

PS: Com um anúncio desses, a pedir o que pedem a um recém-licenciado, é uma resposta destas que merecem. Peço desculpa se feri susceptibilidades mas não me consegui conter.»

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Afinal, há mais...


Há uns anitos que o jornal que dirijo anda às bolandas com a autarquia cá do burgo sobre a inserção de publicidade institucional e obrigatória (Lei das Autarquias Locais (artigo 91.º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro).
Uma “guerrilha” que deu origem à já célebre barrinha negra (tão, mas tão entalada que ainda anda por aí) onde contávamos os dias sem que a dita autarquia inserisse a dita publicidade no nosso jornal, (já agora, sem periodicidade superior a quinzenal, com mais, muito mais do que 1500 exemplares de tiragem embora, em rigor da verdade, seja distribuído gratuitamente, mas podem dizer-me qual é o jornal local daqui que não o é?).

Eis senão quando deparo com mais esta disposição da ERC – Entidade Reguladora da Comunicação Social relativa ao mesmissimo assunto na Câmara de Lagos, numa queixa apresentada pela Comissão Concelhia de um partido político.
A defesa da autarquia de Lagos levou a ERC a dar-lhe razão, «não obstante ser criticável, do ponto de vista regulatório, o recurso à figura do ajuste directo para a impressão/distribuição do boletim autárquico bem como a aquisição e distribuição de edições da imprensa regional, em moldes que possam comprometer a livre concorrência no sector da imprensa regional e influenciar os seus conteúdos editoriais.»
É interessante também ler a defesa da autarquia.
«A Visada questiona se a Autarquia deve apoiar órgãos de comunicação social, uma vez que “as autarquias locais não têm competências em matéria de regime de incentivos à comunicação social”».
Perante isto, a ERC refere que «As autarquias locais são dos principais consumidores de espaço publicitário dos órgãos de comunicação local e regional, gerando-se uma dependência forte relativamente a um único anunciante. Ora, as autarquias estão conscientes de que os cortes que façam em algum órgão de comunicação materializam uma forte penalização para as receitas do título. Por outro lado, as autarquias acabam por figurar no centro das suspeitas dos jornais não contemplados nas aquisições de publicidade.” (cf. Deliberação 2/CONT-I/2011, de 11 de Janeiro de 2011).»
Em suma, perante os factos, a ERC deliberou que «Considerando que a Autarquia está vinculada a um conjunto de princípios, obrigações e procedimentos no que toca à aquisição de bens e serviços que visam garantir equidade e transparência no exercício da actividade autárquica, no entanto a configuração dos dados apurados não permite dar como verificada a existência de situações de flagrante e abusivo tratamento favorável de umas publicações periódicas em desfavor de outras.»

A finalizar, referir que a queixa apresentada não foi feita por qualquer órgão de comunicação social da área, antes pela Comissão Concelhia de um partido político.
Neste concelho, perante a clara concuspiciência entre a autarquia e um jornal e as rádios locais, só alguns elementos de partidos políticos levantaram, muito ao de leve, o assunto das disparídades na atribuição da publicidade, assunto que sempre recebeu como resposta o silêncio e que depressa passou para segundo plano.
Apesar deste desabafo, quero dizer que felizmente temos ultrapassado todos os obstáculos e provámos a tudo e todos que não precisamos da dita publicidade instituicional para viver, o que também nos permite, ao contrário de alguns que para aí debitam as encomendadas notícias/reportagens e entrevistas, a andar de cabeça bem erguida e publicar aquilo que entendemos que temos de publicar, sem ter que pedir autorização a donos e senhores.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Uma esperança da desesperança

Este poema de José Mário Branco retrata bem o profundo desalento e desilusão que vivemos em Portugal.
Mas ao mesmo tempo, depois de o ler, dá-me esperança, porque quem como nós já passou por tanto, iremos na certa conseguir passar por mais uma destas desventuras.
Afinal, porra, somos ou não o povo de Abril?
Aqui fica, para reflectir:

Eu vim de longe

Quando o avião aqui chegou
Quando o mês de maio começou
Eu olhei para ti
Então entendi
Foi um sonho mau que já passou
Foi um mau bocado que acabou

Tinha esta viola numa mão
Uma flor vermelha na outra mão
Tinha um grande amor
Marcado pela dor
E quando a fronteira me abraçou
Foi esta bagagem que encontrou

Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei pra aqui chegar
Eu vou pra longe
Pra muito longe
Onde nos vamos encontrar

Com o que temos pra nos dar
E então olhei à minha volta
Vi tanta esperança andar à solta
Que não hesitei
E os hinos cantei
Foram feitos do meu coração
Feitos de alegria e de paixão

Quando a nossa festa se estragou
E o mês de Novembro se vingou
Eu olhei pra ti
E então entendi
Foi um sonho lindo que acabou
Houve aqui alguém que se enganou

Tinha esta viola numa mão
Coisas começadas noutra mão
Tinha um grande amor
Marcado pela dor
E quando a espingarda se virou
Foi pra esta força que apontou

E então olhei à minha volta
Vi tanta mentira andar à solta
Que me perguntei
Se os hinos que cantei
Eram só promessas e ilusões
Que nunca passaram de canções

Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei pra aqui chegar
Eu vou pra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar

Quando eu finalmente eu quis saber
Se ainda vale a pena tanto crer
Eu olhei para ti
Então eu entendi
É um lindo sonho para viver
Quando toda a gente assim quiser

Tenho esta viola numa mão
Tenho a minha vida noutra mão
Tenho um grande amor
Marcado pela dor
E sempre que Abril aqui passar
Dou-lhe este farnel para o ajudar

Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei pra aqui chegar
Eu vou p´ra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar

E agora eu olho à minha volta
Vejo tanta raiva andar a solta
Que já não hesito
Os hinos que repito
São a parte que eu posso prever
Do que a minha gente vai fazer

Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei prá aqui chegar
Eu vou pra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar

terça-feira, 8 de novembro de 2011

«Boa noite, Carminha»


Ontem chegava a minha casa, ou melhor, à casa da mãe, ali para os lados do Cavadas, quando me cruzei com uma vizinha, que logo disparou um «Boa noite, Carminha».
Sorri e respondi à saudação.
Mas este breve momento fez-me pensar nestes tempos tão agitados, onde a maior parte das pessoas caminha de olhos postos no chão, quase no receio de que o seu olhar se cruze com alguém conhecido e tenha de parar e perder dois ou três minutos com a tal «conversa de conveniência».
Mais do que isso, perdeu-se este sentimento de quase pertença, de ouvirmos os vizinhos tratar-nos pelo nome de criança, a Carminha, a Luzinha, a Aninhas, o Carlitos.
Perdeu-se mas ainda se mantém em locais como o «meu» Cavadas.
Tive um colega de trabalho que morava para os lados de Telheiras e me dizia que nem os vizinhos do mesmo andar conhecia.
Acho isto de uma frieza brutal. 
Será a vida de hoje assim tão febril que nem tempo há para vermos, ao menos no elevador, quem são os que habitam debaixo do mesmo telhado?

E lembrei-me também de como ainda continuam diferentes as ligações entre as pessoas. Recentemente voltei ao Pedrógão de S. Pedro, Penamacor, passar um fim-de-semana na casinha que lá temos e apanhar azeitonas no pequeno «chão» herdado dos avós.
Agora já não me incomoda, mas há uns bons vinte anos, quando comecei a ir até lá com frequência, estranhava que as pessoas parassem no meio da rua e sem mais delongas me viessem perguntar «a quem pertenceis?».
Tenho levado lá amigos a passar uns dias, e já os avisei disso, e expliquei que quando assim interpelados, devem responder que estão com a filha da Angélica, irmã da Ana Mocas. E os transeuntes ficam assim com a sua curiosidade satisfeita, porque têm necessidade de ligar uma cara desconhecida a alguém familiar.
È este sentimento de pertença que se perde a cada dia que passa, e que creio, nunca irá ser recuperado num tempo em que parece ser mais importante o tamanho do carro que se conduz do que a família ou aldeia de onde se provém.
Quanto a mim, de cada vez que me saudarem com um «Olá Carminha», vou ficar extremamente feliz, porque sei que estou em «casa».

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Censura, jornalismo e lacaios

 Estava ontem a preparar a minha próxima aula para a Universidade Sénior (é verdade, estou a leccionar na Unisseixal a disciplina de «Iniciação ao Jornalismo», mas sobre isso falarei noutro post), quando deparei com um texto sobre a censura.

Este é um tema muito caro para mim, como jornalista, porque no meu percurso profissional de quase vinte anos, já me apercebi que muito ainda há a fazer para acabar com pseudo-reizinhos que julgam poder exercer censura sobre os meios de comunicação que não controlam financeiramente, habituados que estão a decidir sobre as notícias boletinizadas que devem ser publicadas ou sobre quem pode ou não escrever opiniões nesses folhetos pagos em ajustes e outros bens.
Mas adiante.
Nuno Crato fala, naquele que é uma das "bíblias" do jornalismo, depois do Livro de Estilos do Público (e cuja leitura tão bem faria a alguns jornaleiros), sobre um dos períodos mais negros da história do jornalismo em Portugal, a censura no Estado Novo.
E fala sobre as formas de luta dos jornalistas perante essa censura e a imposição de regras por parte do Regime, desde os espaços em branco deixados nos jornais em 1918 (um pouco semelhante a uma barrinha negra que já foi utilizada pelo meu jornal e que ainda continua bem entalada num certo local em algumas pessoas), até ao «mutismo culposo e absurdo», conforme refere uma circular da então Direcção dos Serviços de Segurança, em 1931, perante a recusa dos jornais em publicar o que consideravam como propaganda do Regime.
Longe, muito longe das capas gritantes dos dias de hoje, da liberdade de colocar uma simples barra negra com contagem dos dias, (e repito, que tão entalada anda ainda por aí, que já deu origem a editoriais em folhetos e até em revistinhas desportivas, por gente que já se esqueceu que foi nesse mesmo jornal que vieram, a determinada altura, carpir mágoas por falta dos mesmos apoios da mesma entidade que a tal barrinha visava. Mas enchida que é a barriguinha, ei-los a bajular quem paga, criticando quem defende).
Mais uma vez, disperso-me.
Longe, dizia, mas ainda tão perto, quando temos um primeiro-ministro que critica publicamente e leva ao afastamento de uma jornalista televisiva, ou advogados avençados que abrem processos contra jornais quando não concordam com a forma como são descritos em notícias.
Nuno Crato fala também da «auto-censura» imposta pelos próprios jornalistas, «tão gravosa como o regime que lhe deu origem, que favorece a ilusão de paz doméstica, e obriga o jornalista a uma ética de comedimento e equilíbrio, que produz os seus frutos podres: a cobardia, o receio do desagrado e o medo ao afrontamento, ainda hoje patentes em muita imprensa».
Não podia concordar mais, perante a abjecta defesa, que toca o histerismo, que alguns jornaleiros fazem de certos poderes instituídos, numa medíocre tentativa de se elevarem aos olhos dos mandantes, imiscuindo-se inclusive nos temas que os outros jornais abordam, temas que esses jornaleiros nunca teriam a ousadia de abordar, com medo de perder as migalhas que recebem das mãos daqueles de quem eles e os seus negócios dependem.
O positivo é que esses devaneios continuam a ficar-se pelo éter virtual e não chegam ao papel impresso.
A terminar, como dizia António Ferro, director do Secretariado da Propaganda Nacional e braço direito de Salazar no campo da comunicação, uma frase para reflectir:
«Politicamente só existe o que se sabe que existe».

P.S. – Para os que não conhecem Nuno Crato e a obra que refiro, o livro tem por título «Comunicação Social – A Imprensa», e anda a precisar de ser lido por muita gente.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Lindo!!!

Obrigado Nando,
Neste momento acho que todos nos sentimos mesmo agarrados pelos ditos!!!

«Você é médico?
Uma senhora, com seu filho de 5 anos, está a comer num restaurante.
De repente, a criança mete uma moeda de um euro na boca e engasga-se.
A mãe tenta fazê-lo cuspir a moeda dando-lhe palmadas nas costas, mas sem sucesso.
O menino está a começar a mostrar sinais de asfixia e a mãe, desesperada, grita por auxílio.
Um homem que estava numa mesa próxima, levanta-se e com surpreendente calma, sem dizer uma única palavra, baixa as calças do miúdo e, segura os seus pequenos testículos. Conta até três e aperta os testículos com toda a força, puxando-os sucessivamente para cima e para baixo, com violência.
Automática e instantaneamente, o garoto com uma dor irresistível cospe a moeda para o chão.
O individuo, com a mesma facilidade e postura com que se tinha aproximado, voltou para sua mesa e sentou-se sem exprimir qualquer palavra.
Após algum tempo, a mãe do garoto, agora já mais tranquilizada e calma, aproxima-se do distinto senhor para agradecer a salvação da vida do seu menino e perguntou se o senhor era médico, ao que ele respondeu:
Não minha senhora, eu sou funcionário das Direcção Geral das Finanças, sou inspector tributário e a minha especialidade é espremer tomates até sacar a última moeda.»

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Já que os "eleitos" não têm a coragem de o fazer...

Já aqui falei no silencio ensurdecedor que se faz sentir na Assembleia da República (mesmo pelos partidos que se dizem ecologistas ou afins) na discussão sobre os direitos dos animais.
Em Portugal, estes continuam perante a lei a ser considerados pelo valor de uma cadeira ou de um móvel, não como seres vivos.
Por isso, aproveito este meu espaço para fazer o apelo a todos os que gostam dos «quatro patas» ou simplesmente consideram que a Legislação em Portugal tem de ser alterada, que assinem esta petição, já que aqueles que deviam preocupar-se com o assunto não o fazem.


http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N14914

Petição Cumprimento do artº 13 do Tratado de Lisboa, que Portugal assinou e ractificou, e consequente e imediata alteração dos Códigos Civil e Penal, na parte respeitante aos animais, seres sencientes, e não

Para:Exmo. Senhor Presidente da República Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República Exmo. Senhor Primeiro Ministro

Considerando que o Tratado de Lisboa é um acordo internacional que altera os dois tratados que compõem a base constitucional da União Europeia (UE).
Considerando que o Tratado de Lisboa foi assinado pelos Estados membros da UE em 13 de Dezembro de 2007, e entrou em vigor em 1 de Dezembro de 2009.
Considerando que altera o Tratado da União Europeia, ou Tratado de Maastricht, e o Tratado que institui a Comunidade Europeia, TEC, também conhecido como o Tratado de Roma ou Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia.
Considerando que enquanto o Bem Estar Animal era apenas uma parte do protocolo (n º 31) no Tratado de Amesterdão e, assim, uma parte do Tratado, por declaração o Bem-Estar Animal já se tornou parte integrante do novo Tratado em si, na forma do artigo n º 13.
Considerando que o Tratado de Lisboa criou uma nova situação jurídica na qual, aquando da formulação e aplicação das políticas da UE nos domínios da agricultura, da pesca, dos transportes, do mercado interno, da investigação e desenvolvimento tecnológico e do espaço, a "União e os Estados-Membros terão plenamente em conta as exigências em matéria de bem-estar dos animais, enquanto seres sencientes (sentient beings), respeitando simultâneamente as disposições legislativas e administrativas e os costumes dos Estados-Membros, nomeadamente em matéria de ritos religiosos, tradições culturais e património regional".
Considerando que o Código Civil Português ainda considera os animais como “coisas móveis”.
Considerando que o Código Penal Português não contempla os maus tratos e abandono de animais como crime, como consequência de serem considerados “coisas móveis” no Código Civil.
Considerando que em Portugal mais de 90% dos animais de companhia são entregues nos canis ou centros de recolha oficial, pelo detentor, e que na realidade é um abandono, e onde o abate continua a ser praticado de uma forma cruel e desnecessária, sendo a esterilização a forma civilizada e ética de combater o aumento excessivo de animais.
Considerando que esses mesmos detentores exigem o abate do seu animal, impedindo assim futuras adopções (quem abandona como é que mantêm o direito à posse?).
Considerando que quem abandona o(s) seu(s) animal(s) não pode ter capacidade para voltar a ser detentor de qualquer outro animal.
Considerando que mais de 70% dos canis e centros de recolha oficiais não estão licenciados, abatendo os animais de companhia, em vez de promoverem a esterilização e adopção, como já fazem algumas Câmaras nos respectivos canis ou centros de recolha, provando que é possível não abater e, sim, esterilizar e promover a adopção.
Considerando que todos os criadores de animais, sejam de companhia ou não, têm que estar devidamente registados, cumprindo todas as normas de bem estar animal e saúde pública.
Considerando que existe em Portugal o gravíssimo problema de envenenamento dos animais de companhia, e não só, próprios ou alheios.
Considerando que em Portugal há imensos furtos de animais, que queremos considerados como roubos pelo Código Penal Português.
Considerando que os maus tratos e abandono de animais são diários e em elevado número.
Considerando que todos os animais, independentemente da idade, têm que ter obrigatoriamente identificação electrónica, ou chip.
Considerando que existem imensos estudos internacionais, com total credibilidade, que associam de forma inequívoca a relação entre crueldade contra animais e crueldade contra pessoas, sendo esta crueldade já considerada em muitos Países desenvolvidos como sinal de distúrbios psiquiátricos.
Considerando que o abuso contra animais é um crime a ser levado a sério, com consequências muito graves para todos, animais humanos e não humanos.
Considerando que terá que continuar a existir a figura de detentor, ou tutor, no Código Civil, relativamente aos animais, continuando os animais ou seres sencientes, a ser responsabilidade dos respectivos detentores ou tutores.
Os signatários abaixo assinados vêm pedir que se cumpra imediatamente o Tratado de Lisboa, e que se aprove a alteração dos artigos do Códigos Civil, passando os animais a ser considerados seres sencientes e não “coisas móveis”, e do Código Penal, para permitir a criminalização dos maus tratos contra animais e criminalização do abandono de animais.
Os signatários

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Que grandes F.D.P. - II

E pronto, agora sim, vamos falar desses F.D.P. mesmo. E nem sou eu, é um dos meus leitores que me mandou esta pérola:

Nando disse...
Maria do Carmo, não sei se tens interesse em publicar isto (não é sobre o teu amigo CAVACO)

OE 2012
Pensões vitalícias de ex-políticos não são alvo das medidas de austeridade
2011-10-18 15:45:13

Lisboa – As pensões vitalícias de antigos políticos vão ser poupadas ao esforço adicional de austeridade imposto pelo Orçamento de Estado (OE) para 2012, avança esta terça-feira o Diário de Notícias.
O corte nas pensões e salários públicos previsto para o próximo ano não contempla as pensões vitalícias dos antigos políticos.
Como justificação para esta opção apresenta-se o facto da esmagadora maioria dos políticos receber esta pensão, em média de 2088 euros mensais, em apenas 12 meses pelo que tecnicamente se tornava complicado levar em frente qualquer corte.
Estas pensões são uma regalia contemplada na Lei nº 4/85 até Outubro de 2005, e representam mais de nove milhões de euros por ano, números de 2011, e os beneficiários ascendem às quatro centenas, também números do ano passado.
Conforme avança a RTP, a lista de beneficiários da subvenção vitalícia inclui figuras tão conhecidas como Cavaco Silva, embora esta regalia esteja suspensa desde que tomou posse como Presidente da República, e ainda nomes como os de Manuel Alegre, Santana Lopes, Almeida Santos, Luísa Mesquita, Armando Vara, Odete Santos, João Cravinho, Luís Marques Mendes, Anacoreta Correia ou Luís Mira Amaral.
Recorde-se que o ministro das Finanças anunciou que o corte dos subsídios de férias e de Natal aos trabalhadores do sector público no próximo ano vai permitir uma poupança líquida de 1065 milhões de euros em 2012.
De acordo com o relatório do OE 2012, que foi entregue segunda-feira no Parlamento, os trabalhadores do sector público e os pensionistas com remunerações superiores a mil euros vão sofrer «a eliminação temporária» dos seus subsídios de férias e Natal.

(c) PNN Portuguese News Network»

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Que grandes F.D.P

Não, não vou aqui falar naqueles que nos estão a desgovernar, porque sobre isso acredito que não são as palavras que resolvem, mas sim os actos, e estes não passam apenas por manifestações.
Venho hoje aqui falar em mais uma situação de gente sem escrúpulos, autênticos F.D.P, que me levam a cada dia a afirmar que quanto mais conheço as pessoas, mais gosto dos animais.
Desde que tenho o meu perfil no Facebook que diariamente partilho os apelos das associações e particulares sobre animais abandonados. Apesar de já ter recolhido alguns animais de rua (o Miki, o Alex, e a mais recente Ritinha), não esperava deparar-me com mais uma situação destas.
Sábado, cerca das 12h30, fui até à Makro comprar precisamente peixe congelado para os meus gatitos. Cerca de 45 minutos depois, ao sair, vejo uma grande comoção nesse parque. Uma senhora com um baldezinho com água e ração para animais, outras a espreitar entre os carros e logo ali me caiu o coração aos pés. “É algum gatinho, pensei!”. Bastou um olhar entre mim e a minha mãe para ela ficar a saber que eu não sairia dali sem “tratar do assunto”. E foi então que vi um cãozinho de pêlo castanho arruivado, com uma cauda enorme, uma autêntica raposinha, muito assustado.
Ele procurava insistentemente entre os carros os seus donos. Chegava ao pé das pessoas, cheirava-os, mas quando estes tentavam fazer-lhe uma festa, afastava-se. Era tão pequeno que corria o risco enorme de ficar debaixo de algum carro.
Passaram cerca de vinte minutos, a tentar chegar perto dele até com uma latinha de comida de gato, até que o cansaço dele falou mais alto, e com a voz tranquilizadora de uma outra senhora, também ela com o coração despedaçado do que via, e eu com um cobertor que tenho sempre no carro, lá o consegui agarrar.
Ficou calmissimo ao meu colo, muito mais do que eu, que chorava «baba e ranho» e nem conseguia falar com as pessoas em meu redor, mas lá fui explicando que se calhar lhe arranjava uma casinha ou então o levaria ao canil do Seixal.
Coloquei-o no banco de trás do carro e até à Arrentela, aquela alminha nem se mexeu, só já perto do destino colocou a cabecinha entre os dois bancos da frente para ouvir e olhar para mim e para a minha mãe.
Felizmente, já lhe arranjei um lar, numa família com crianças, que ele simplesmente adora, e que ficou radiante com este novo membro da família, porque perderam um amiguinho patudo recentemente.
Se Portugal fosse um estado de direito, onde os partidos ditos ecologistas já tivessem lutado para obter o estatuto jurídico dos animais, em vez destes não passarem perante a lei de um mero bem, poderiamos ter chamado a polícia ou mesmo uma força especial dedicada a estes casos, observado o vídeo do local e punido o autor deste crime de abandono. Mas não.
Só me resta desejar que o F.D.P. que ali deixou o agora chamado Foxy padeça durante muitos anos de um cancro rectal.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

«O povo é sereno!»



Confesso que hoje quando vi o comentário de Nando no meu blogue, fiquei um bocado céptica. 
Ainda não tinha lido os jornais, nem visto nada na Internet, e por isso ainda estava na chamada «era da inocência».
Mas então começo a receber os alertas do Google, com as notícias sobre a possibilidade da via entre a ponte e o Fogueteiro vir a ser portajada, e só me apeteceu mandar pró ar umas quantas C**** bem cabeludas.

«Governo pondera introduzir novas portagens de Norte a Sul, avança jornal Público
Hoje às 07:53
O jornal Público escreve, esta manhã, que o executivo de Passos Coelho está a ponderar novas portagens em vários lanços de auto-estradas, como Sacavém-Alverca e Fogueteiro-ponte 25 de Abril.
Em causa, em Lisboa, segundo o jornal Público, estão os «sublanços entre Sacavém e Alverca (na A1), a ponte 25 de Abril e o Fogueteiro».

Anda tudo parvo ou deixaram de tomar o xanax?
Então mas agora tenho de pagar para entrar e sair de Lisboa? Já agora, metam também uma portagem à saída da ponte na entrada para Almada, para não os mandar meterem-na noutro local bem mais escuro.
Mas o problema é que, mesmo que esta decisão vá para a frente, a malta só se vai ficar pelos buzinões, porque é mais prático ficar de rabo sentadinho no carro, e apertar a buzina.
Passar a via verde sem pagar?!
Credo não!!
Isso era contra a lei e depois lá vinha a cartinha e lá tinha um tipo de se chatear. 
Ir com os carros e bloquear o acesso à Assembleia da República?! 
Nem pensar, nem sequer vou para esses lados!!
Assim, com o buzinãozinho, é mais cómodo, e segue-se para o emprego com a noção de ter prestado um serviço público e protestado contra aquele partido político no qual até votou, pensando que sim, era desta vez que o tal partido ia mesmo fazer as coisas de forma diferente.
Invocando uma figura do passado, numa frase do Almirante Pinheiro de Azevedo, proferida no Terreiro do Paço, «O povo é sereno»!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

«Vê lá companheiro, vê lá como é...»

Qualquer morte nos deixa uma enorme tristeza, ainda por cima quando a mesma acontece no local de trabalho, mas ao ouvir a notícia sobre a morte do mineiro nas Minas de Aljustrel não pude deixar de me recordar desta moda alentejana que nunca, mas nunca, me deixa com os olhos secos quando a ouço.
Morreu mais um companheiro...

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Onde é que já vi isto - Parte II

É verdade, por vezes, ao lermos o que se vai passando na internet, e até o que está ligado ao "grande momento do país" que foram as eleições na Madeira, deparamos com verdadeiros «tesourinhos deprimentes».
Ora veja-se este artigo do Jornal da Madeira, sobre os critérios jornalísticos de um outro jornal  da ilha. Um estudo muito, muito isento, se tivermos em conta que o mesmo Jornal da Madeira recebe anualmente do Governo de Alberto João Jardim a módica quantia de quatro milhões de euros.
Por cá, já se viu umas coisitas semelhantes, umas tentativas de análise às notícias que saíram nos jornais do burgo. Viu-se isso, claro, mas não se viu ou ouviu depois mais nada, quando um vereador do PS recebeu e divulgou os dados relativos à "atribuição" publicidade aos mesmos jornais. Curioso, não é? É que esses dados deitavam por terra certas "teorias" e apresentavam, preto no branco, factos muito, muito, muito incomodativos para alguns passarões.
É caso para dizer: É a vida!

«Dualidade de critérios do Diário de Notícias”  
O Jornal da Madeira revela hoje um estudo que mostra «a dualidade de critérios da cobertura jornalística do diário de noticias do Funchal neste período de campanha eleitoral».
Numa análise ao espaço dado às diferentes candidaturas às próximas eleições legislativas regionais do dia 9 de Outubro de 2011, podemos verificar, desde o início da campanha eleitoral, dia 25 de Setembro, até ao dia 4 de Outubro, que, apesar do “aparente” tratamento equitativo das diferentes forças concorrentes, há, desde logo, um tratamento jornalístico tendencioso, com o recurso à adjectivação negativa e opiniões camufladas de jornalistas.
Nesta análise, não foram considerados os artigos de opinião, muitos deles assinados pelos candidatos e pessoas afectas às candidaturas, cujos conteúdos, naturalmente, são também claros ataques ao PSD e aos seus dirigentes.
Durante este período, foram também publicados, no DN do Funchal, vários artigos de opinião, inclusive em espaços próximos dos artigos jornalísticos sobre a campanha, hostis ao Partido Social Democrata da Madeira. A este propósito, temos vários exemplos, alguns dos quais o PSD-Madeira deu conta à Comissão Nacional de Eleições, com a devida queixa.
Aqui vão alguns exemplos de casos que, não sendo candidatos, pelo menos assumidos, são claros ataques ao PSD e os seus dirigentes, colocando este partido em desvantagem face às restantes candidaturas:
— Artigo do padre José Luís Rodrigues (publicado no dia 25/9/2011 na página 20)
— Artigo da jornalista Sandra Cardoso, do DN do Funchal, (na página 10, da edição do dia 4 de Outubro de 2011).
— Artigo de Francisco Leite Monteiro, com o título: "para grandes males.." (publicado na edição de 3 de Outubro de 2011 na página 10).
— Artigo da jornalista Ana Cristina Pereira, com o título "Um queijo Emmental" (publicado no dia 2 de Outubro de 2011 na página 12).
— Artigo do jornalista Filipe Santos Costa, com o título: "Esqueçam o número. O problema é o homem" (publicado na página 17 no dia 2 de Outubro).
Entre os dias 1 e 15 de Setembro
Mas, se por um lado o DN do Funchal procurou dar, durante este período de campanha, um espaço equitativo, o mesmo já não se pode dizer ao período que a antecedeu. Numa análise de conteúdos entre o dia 1 e o dia 15 de Setembro do corrente ano, verificamos que o PS foi aquele que melhor tratamento teve, praticamente o dobro do espaço concedido ao PPD/PSD-Madeira.
Numa análise comparativa, temos que o PPD/PSD-M teve, sensivelmente, 7.100 centímetros quadrados (71 metros quadrados), enquanto que o CDS/PP teve 7.775 (77,7 metros quadrados), o PS teve 14.061 (14,1 metros quadrados), muitos desses espaços foram, por exemplo, para o “anúncio” das pessoas que o cabeça-de-lista socialista iria escolher para a sua equipa de Governo, em caso de vitória.
Se atendermos a que, para esta análise, não foram considerados os espaços de discussão temática e debates que o DN promoveu, ouvindo os partidos da oposição – dado que o PPD/PSD-Madeira optou por não participar, essa discrepância ainda seria muito maior.
Também não foram contabilizados os artigos de opinião, muitos deles, como já se disse, assinados pelos candidatos e pessoas afectas às candidaturas, mas também de diversos colaboradores regulares deste jornal, uma boa parte dos quais ofensivo ou hostil ao PPD/PSD-Madeira.
A.M.»

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

E onde é que já vi isto?

Saboroso, este artigo publicado no blogue «Má Despesa Pública» em http://madespesapublica.blogspot.com/2011/10/entreviste-me-que-eu-pago.html?spref=fb e partilhado no facebook.
«Quarta-feira, 5 de Outubro de 2011
Entreviste-me, que eu pago
Já antes tínhamos apresentado o caso do presidente do Inatel, Vitor Ramalho, que tinha pago cinco mil euros para ser entrevistado pela revista País Positivo. Não está sozinho também António Sebastião, edil da autarquia de Almodôvar, teve “uma conversa aprazível” com essa revista no valor de seis mil euros. Foi em Maio de 2009 que saiu a entrevista. Meses depois havia eleições autárquicas.»
Mais um caso a merecer uns ajustezinhos directos, bem a jeito para pagar os tais favorzinhos eleitorais.
http://www.base.gov.pt/_layouts/ccp/AjusteDirecto/Detail.aspx?idAjusteDirecto=50616Base
Município de Almodôvar > Publicações Directas, S.A.. Colocação de Link no site www.paispositivo.org – Capa na Revista nº 29
 
Afinal, parece que esta é uma prática muito comum.
E da qual até temos exemplos bem recentes.
Ou seja, tu entrevistas-me e eu pago-te em publicidade.
E quando se tratam de dinheiros públicos, a coisa ainda fica mais fácil.
Tudo amiguinho, tudo controladinho, tudo pago.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Expliquem-me como se eu tivesse 4 anos...


A 19 de Junho de 2010, colocava neste meu cantinho um texto, intitulado «Descubra as diferenças», acerca das formas de encarar as novas tecnologias por parte dos autarcas.
Nesse texto (http://janaoseinao.blogspot.com/2010/06/descubra-as-diferencas.html ) falei também de um email que tinha enviado a 27 de Janeiro do mesmo ano, para o pelouro da Mobilidade da Câmara Municipal do Seixal, sobre a pintura (ou falta desta) de uma passadeira na Avenida General Humberto Delgado, na Arrentela, mais precisamente, no Cavadas.
SETE meses depois recebia uma resposta do vereador Joaquim Santos, que informava esta munícipe de que fora enviado um ofício às Estradas de Portugal, (http://janaoseinao.blogspot.com/2010/07/pintura-de-passadeiras-resposta-da-cm.html ), «para que nos informem sobre a calendarização prevista para a execução da respectiva pintura, pois esta Avenida integra a EN10-2 cuja manutenção/conservação pertence às Estradas de Portugal, S.A.»
Tudo bem.
Ora o que eu não percebo é que agora, no Boletim Municipal de 30 de Setembro, na sua página 7, venha a nota que está em imagem, onde se diz que a Câmara Municipal do Seixal interveio e fez a pintura de passadeiras, etc, etc.
E eu não percebo porque, há umas semanas atrás, na mesmíssima Avenida General Humberto, no mesmissimo Cavadas, os serviços camarários andaram precisamente a pintar uma passadeira num novo local, (mais afastada de uma paragem de autocarros mal localizada numa lomba de pouca visibilidade, e onde já ocorreram vários acidentes).
Embora o Boletim Municipal não refira precisamente essa intervenção, depreendo que a mesma esteja englobada nas outras «Sete» intervenções aqui referidas.
Então afinal, relativamente à pintura de passadeiras, a Avenida General Humberto Delgado é ou não «responsabilidade» da Estradas de Portugal?
Expliquem-me e corrijam-se se estiver errada.
É que ainda pensei em pedir esclarecimentos ao pelouro, mas sinceramente, não me apetece estar mais SETE meses a aguardar uma resposta.

sábado, 1 de outubro de 2011

Notas soltas

Num dia de grande calor como o de hoje (o que diabo é feito do Outono, das estações certinhas que tínhamos?), apeteceu-me deixar aqui umas notas e uma historieta divertida.

1.ª - Estou em pulgas. Soube que estreia esta semana o filme «As Serviçais», livro de que falei aqui em
http://janaoseinao.blogspot.com/2011/06/as-servicais.html. Espero que não me desiluda, normalmente é o que acontece, tirando rarissimas excepções.
Detesto ler um livro e depois ir ao cinema (ou ver o DVD, porque já há muito tempo que me deixei de salas de cinema cheias de gente que nem inteligência tem para saber que deve desligar o telemóvel ali dentro), e descobrir que de igual só tem o título. Um das raras excepções foi o filme «Como Água para Chocolate», da Laura Esquível, ou, claro, o «Senhor dos Anéis». Mesmo «Harry Potter», de que já fui uma fã incondicional, não fez jus aos livros.

2.ª - E por falar em livros, foi com grande espanto que hoje fui até à fantástica Biblioteca do Seixal e dei literalmente «com o nariz na porta». Eu e várias dezenas de pessoas. E nem um aviso na porta.
E isto em todos os equipamentos municipais do nosso concelho.
Ora que eu saiba não foi convocada nenhuma greve geral. Se concordo por um lado com os protestos e a luta, há que ver que eu que nunca fui funcionária pública, nunca tive o direito de faltar ao trabalho para assistir a uma manifestação, fosse ela marcada por que sindicato fosse.
O que está aqui em causa é o encerramento de um serviço público, em nome de uma manifestação marcada por um sindicato.
Sem quaisquer conotações políticas, simplesmente como seixalense, deixo aqui a minha dúvida: se fosse uma manifestação marcada pela UGT a Biblioteca também encerraria?

3.ª - Numa semana em que assistimos à prisão de Isaltino, e à sua soltura quase imediata, em que ouvimos Alberto João Bicho da Madeira a dizer «Não pagamos!» ao buraco existente, em que ouvimos o ministro das Finanças e PPC a dizerem que «as coisas estão mais negras do que pensávamos» sobre o déficite, ainda ouvimos esta maravilha: As empresas de transportes devem milhares de euros, terão de pagar. Se não pagarem? Aumenta-se o preço dos bilhetes! Brilhante! Os Exmos Srs. Drs. encheram-se de dinheiro, e agora os utilizadores que paguem a conta! No coments!

4.ª - E há dias em que temos a certeza que Deus ou o Diabo não dormem.
Tem isto a ver com uma história deliciosa que me contaram hoje sobre um evento que decorreu na Timbre Seixalense e que o meu jornal apoiou.
Mas pelos vistos, como há gentinha sem vergonha na cara, houve para aí um escrevinhador que foi, sorrateiramente, tentar deixar ali uns papelinhos, muito bem dobradinhos, na esperança quiçá, de que assim alguém agarra-se nestes. Mas como já disse, os tais «amigos» não dormem, e logo ali à porta viu-lhe vedada a "prestimosa" intenção e dali saiu com o rabinho entre as pernas e com as orelhas a arder.
É que já há quem conheça de ginjeira este «Jacinto».

terça-feira, 27 de setembro de 2011

«Olha sempre para o lado melhor da vida»


Sem dúvida que «A Vida de Brian» é um dos melhores filmes de comédia de sempre. Tal como Terry Gillian diz na reportagem especial sobre o filme (é verdade, o amigo que me ofereceu este filme comprou a edição especial com esta reportagem!), nos nossos dias seria difícil senão mesmo impossível fazer este filme.
Porquê?
“Devido ao politicamente correcto, ao não ofender”, diz Gillian. “Não quero aceitar um mundo de paranóia, onde dizer algo que alguém considere como uma ofensa, é o maior crime que se pode fazer. Isto é ridículo! O que é feito do «paus e pedras podem ferir-me, mas não palavras?».”
A mesma opinião é partilhada por Michel Palin. “Mais de quarenta anos depois de termos feito este filme, sabemos que ninguém teria coragem de fazer algo mais ou menos igual, porque teriam de pensar em quem poderiam ir ofender com esta ou com aquela piada. E já vimos o que aconteceu há 40 anos.”
E é mesmo isso que esta reportagem especial sobre «A feitura da Vida de Brian» nos conta, todos os percalços vividos pela equipa para conseguir um patrocinador (acabou por ser George Harrison, esse mesmo, o dos Beatles), a polémica gerada (em especial por parte dos Judeus Ortodoxos e de um movimento americano de Moral), e até os debates na televisão, satirizados por Rowan Atkinson.
Sem quaisquer considerações morais, religiosas ou outras, continuo a aconselhar este filme a todos.
É um excelente exemplo do papel que a religião pode ter na vida das pessoas, e como pode ser “perigosa” nas mãos dos fanáticos. Delicioso!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Deliciosa esta notícia nos dias de hoje...

 "A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo que seus animais são tratados" - Mahatma Gandhi

«Terminou com sucesso operação de 2 dias de resgate de um gato na Suécia Na Suécia uma operação de salvamento durou dois dias para tirar um gato de um tubo. O caso passou-se debaixo de um supermercado. O animal com oito semanas aventurou-se e não conseguiu sair depois dos tubos. Valeu a ajuda de bombeiros.
http://www.rtp.pt/noticias/?t=Terminou-com-sucesso-operacao-de-2-dias-de-resgate-de-um-gato-na-Suecia.rtp&headline=20&visual=9&article=480971&tm=»

E por cá? Quando é que os animais passarão pelo menos a ter estatuto jurídico perante a Lei, deixando de serem considerados como um simples bem?
E quando é que as entidades que se poderiam preocupar com o bem-estar dos animais o vão fazer, em vez de gastarem dinheiro público em luxos?
Um destes dias, fui entregar vitualhas a um senhor do Seixal que o «Comércio» já entrevistou e que guarda cerca de 20 cães na antiga Fábrica do Brayner. Com muita boa vontade, dois senhores vão mantendo ali os animais, em boas condições. Só que queixa do facto de não ter qualquer apoio. Dizia-me "o veterinário e a Câmara sabem que tenho aqui os animais, só pedia que me ajudassem nos tratamentos. A semana passada deixaram aqui um cachorrinho, tem icterícia e o tratamento é caro, mas vou ter de pagar, porque não há ajuda. Ora se sabem que aqui os animais são bem tratados e se já não têm lugar no Canil, não podiam dar uma ajudinha nos tratamentos?"

Realmente, não podiam? 

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

«Isto tem de levar um estouro»


«- Está tudo tão caro! – disse a senhora, que tinha entrado e escutava com ar sombrio a conversa dos homens, parecendo ainda mais alta por causa do seu vestido preto. – Se lhes dissesse quanto paguei pelos ovos... isto tem de dar um estouro.
Os três homens daquela vez foram da mesma opinião.
Falavam revezadamente, em voz condoída, e começaram as lamentações.
Os operários não se podiam aguentar, a Revolução não fizera nada, senão agravar-lhes as misérias, os burgueses é que engordavam desde essa data, sem ao menos deixarem lamber os operários o fundo dos pratos. Digam lá se estes tinham tido quinhão razoável no extraordinário aumento da riqueza e do bem-estar naqueles últimos anos.
Tinham troçado com eles ao declará-los livres, sim, livres de morrerem à fome, do que eles não se privam.
Não era coisa que desse de comer, votar nuns pândegos que comiam depois à tripa-forra, tratando os miseráveis como calçado velho. Nada.
Fosse como fosse, era necessário acabar com aquilo, ou a bem, por meio de leis e da combinação da boa vontade, ou a mal, queimando tudo, matando-se uns aos outros. Havia de ser na vida das crianças, se não fosse na dos velhos, porque não podia continuar assim, tinha de haver uma revolução, a dos operários, uma limpeza que varreria a sociedade de alto a baixo e a construiria com mais asseio e justiça.
- Isto tem de dar um estouro – repetia a mulher.
- Sim, sim – clamavam os três homens – isto tem de dar estouro»

Emílio Zola, Germinal, 1885.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Premiar a liberdade de expressão

É desta forma que se reconhecem os verdadeiros municípios de Abril. Há os que medalham a liberdade de imprensa e há os que a tentam amordaçar ou desprestigiar.
Mas o que haverá sempre são os homens e as mulheres da geração de Abril, que ainda lutam por essa mesma liberdade que só serve para encher algumas bocas.

in: http://www.rostos.pt/inicio2.asp?cronica=30660&mostra=2
 «Grândola reconhece importância da Imprensa Regional de Setúbal
Medalha dos 25 de Anos do 25 de Abril atribuída ao jornal «Litoral Alentejano»
- É uma obrigação moral para quem faz jornalismo passar os valores do 25 de Abril para as novas gerações
O jantar evocativo do 10º aniversário do jornal «Litoral Alentejano» reuniu à volta da mesma mesa, todos os presidentes de Câmara da região (excepto de Alcácer do Sal que estava ausente da terra).
Vítor Proença, presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém; Manuel Coelho, presidente da Câmara Municipal de Sines; José Guerreiro, presidente da Câmara Municipal de Odemira, e, Carlos Beato, presidente da Câmara Municipal de Grândola.
Também marcaram presença os ex-Governadores Civis de Setúbal, Manuel Malheiros e Manuel Monges, assim como, o Casal Pita, gerentes de uma empresa que, ao longo destes anos, sempre acarinhou a imprensa regional com o seu patrocínio publicitário.

Uma justa homenagem ao jornalismo regional

O jantar de aniversário do jornal «Litoral Alentejano» foi marcado por uma surpresa agradável para todos aqueles que, ao longo dos anos, têm produzido este órgão de comunicação regional.
Carlos Beato, presidente da Câmara Municipal de Grândola, um militar do 25 de Abril, procedeu à entrega da Medalha evocativa dos 25 anos da Revolução da Liberdade, afirmando que desta forma prestava uma justa homenagem ao jornalismo regional.

Um marco importante na vida da imprensa regional

Aliete Martins, jornalista do «Litoral Alentejano» referiu ao jornal «Rostos» que – “a entrega desta Medalha tem um significado emocionante para mim, e, registo, acima de tudo pelo seguinte, porque de uma forma geral a imprensa regional é esquecida.
E, com este gesto, Carlos Beato, com a entrega desta medalha, escreve um marco importante na vida da imprensa regional, que considero justo destacar.”

Mesmo num tempo de crise projecta

“Carlos Beato, tem sido uma das pessoas públicas que conheço que mais se tem batido pela liberdade, e, sobretudo, tem uma energia contagiante, mesmo num tempo de crise projecta, e dá alento a novas ideias para que possamos caminhar, sem desalento” – sublinha Aliete Martins.

Nós ficamos sempre em último lugar

A jornalista Aliete Martins, salienta que – “são raras as pessoas, começando pela própria população, que reconhece a importância da imprensa regional. Nós ficamos sempre em último lugar, depois das televisões e dos órgãos de comunicação social nacionais.
Quando, no fundo, nós somos a imprensa que retrata a realidade local”.

Uma clareira de Liberdade

Recorda a jornalista do «Litoral Alentejano» que a noite do jantar comemorativo do 10 º aniversário – “foi uma noite de grande temporal, mas, ali no jantar, estava uma clareira de Liberdade, que Carlos Beato, onde, mais uma vez, marcou uma posição bastante firme.”
“Esta Medalha é de qualquer um de nós que trabalha e se dedica à imprensa regional” – sublinha Aliete Martins.

Não desistem com a adversidade

“Para nós, que trabalhamos na imprensa regional, a Liberdade é um factor importante para que possamos respirar melhor. Por essa razão, ao recebermos esta Medalha do 25 de Abril, este é um facto que merece um grande destaque, que nos orgulha a todos, porque esta medalha é de todos nós” – salienta a jornalista com um olhar carregado de emoção.
“Esta é uma medalha que é o sempre em pé, uma medalha que é destinada para aqueles que não caem, que não se derrubam, que não desistem com a adversidade” – refere Aliete Martins, acrescentando – “é assim que Carlos Beato olha para imprensa regional”.

Um tema de permanente reflexão

Aliete Martins dedica a sua vida há mais de 30 anos à imprensa regional, o Barreiro conhece o seu trabalho e dedicação ao jornalismo local.
Sublinha, que ter recebido uma Medalha com todo o simbolismo do 25 de Abril – “é muito reconfortante, e, muito mais reconfortante, para quem, como eu, escreve sobre o 25 de Abril e sobre as memórias do 25 de Abril, colocando esta data como uma linha orientadora, e, uma celebração que, todos os anos marca o meu trabalho, e, coloco este dia histórico como um tema de permanente reflexão”

Um valor que não podemos esquecer

Aliete Martins, refere que Carlos Beato, presidente da Câmara Municipal de Grândola, é um homem que – “fundamenta a vida dele no 25 de Abril, e considera este Dia da Liberdade, como um valor que não podemos esquecer, e, afirma que é uma obrigação moral para quem faz jornalismo passar os valores do 25 de Abril, para as novas gerações”.
Por essa razão, a jornalista, sente, com maior intensidade, orgulho e paixão, o facto de Carlos Beato ter entregue ao jornal, onde exerce a sua actividade de jornalista, uma Medalha do 25 de Abril.

A imprensa regional é a minha vida

“A imprensa regional é a minha vida, é, o espaço onde me entrego e de forma plena vivo a minha dedicação à palavra.
Por isso, receber esta medalha para mim, significa um reconhecimento à imprensa regional, sempre esquecida.
Sinto que esta Medalha tem o significado muito especial e, para mim, ela marca um momento de abertura para a caminhada seguinte, afinal, é uma medalha, que tem a carga simbólica, e, até que dá um sentido à vida, que vivemos e que queremos continuar a viver” – sublinha Aliete Martins.

Uma Medalha para todos nós

“Tu sabes isso Sousa Pereira, tu que trabalhas na imprensa regional e conheces há muitos anos a imprensa regional acredito que sabes isto e sentes como eu o significado desta Medalha.
Sinto que é uma Medalha para todos nós da imprensa regional do Distrito de Setúbal” – afirma emocionada.
Foi uma breve conversa, onde, sentimos a forma entusiasmada como Aleite Martins comentava, com muita alegria, o facto do seu jornal ter recebido, uma Medalha evocativa do 25 de Abril, mas, em simultâneo, esse sentimento redobrava pelo facto de ter sido entregue por um autarca que foi um militar do 25 de Abril.
“Sabes, é isso, é uma obrigação moral para quem faz jornalismo passar os valores do 25 de Abril, para as novas gerações” – repete com entusiasmo, a finalizar, Aliete Martins.»

sábado, 10 de setembro de 2011

Matar ou não matar


Quem me segue no facebook sabe que a maior parte dos meus posts partilhados são sobre animais abandonados, porque a cada dia que passa, quanto mais conheço as pessoas mais gosto dos patudos.
E por isso não foi sem espanto que há algum tempo atrás, mais propriamente, a 9 de Junho, ouvi com estes que a terra há-de comer (sou dadora de órgãos, mas com os problemas que tenho tido nas orelhas, acho que ninguém as vai aproveitar...) que o canil municipal do Seixal pode deixar de ser um canil de não abate, para começar a matar os animais.
Também no facebook e onde quer que a conversa surja, tenho sempre gabado o facto do canil do Seixal ter sido o primeiro do país a proibir o abate. Principalmente porque até tive oportunidade de entrevistar o Dr. Bruto da Costa, há umas décadas atrás, que era o responsável pelo espaço e o ouvir dizer que fazia “uns malabarismos” para evitar que na altura os animais fossem abatidos. Claro que quando tive conhecimento que deixara de ser assim, fiquei, tal como toda a gente com um grama de coração para com os animais, muito satisfeita.
E agora, zás.
Em declarações sobre as queixas de um munícipe acerca de uma matilha de cães abandonados em Casal do Marco, o vereador Joaquim Tavares, do pelouro do Ambiente e Serviços Urbanos, diz, preto no branco que: “devido à crise são o abandono dos animais é cada vez maior. Pode haver várias soluções, mas o não abate dos animais também tem o seu tempo. Primeiro há que preservar o ser humano, e tomar opções a cada momento. Perante a quantidade de animais abandonados, temos de resolver o problema e repensar a política de não abate.”
E prontos.
Em resumo, retrocede-se neste concelho anos em termos de civilização. Ou seja, há muitos animais, que aqui no Seixal até são acompanhados por um grupo muito activo de voluntários, que até já foram alvo de reportagens nacionais, mas como o executivo que mantém o canil se depara agora com problemas, a solução mais fácil é o abate dos animais.
Ainda fiquei com uma pequena esperança de que afinal tivesse sido eu que não tinha ouvido ou compreendido bem (apesar de ter confirmado com colegas presentes, claro, os que não estão limitados por ajustes a escrever à linha paga, mas dos que reproduzem o que realmente ouvem, e que me confirmaram o que tinha sido dito).
E por isso tentei ter acesso à acta da sessão, para confirmar, uma vez que este é o documento onde fica registado praticamente tudo o que é dito durante as sessões de Câmara.
E nesta lê-se então o seguinte: «Concretizando referiu-se (Joaquim Tavares) à situação das famílias, quando as pessoas cada vez mais não conseguiam resolver os problemas dos seres humanos quanto mais dos animais, pelo que o abandono dos animais era cada vez maior, sendo esse um problema efectivo. Acrescentou que podia existir várias soluções, sendo que agora a solução adoptada era a de não abate de animais, mas que sem a adopção não era possível, ainda que não existisse soluções milagrosas. Referiu ainda que hoje se estava a analisar esta situação em concreto, mas que era necessário pensar-se em termos do concelho.»
Perceberam? Eu não.